Deixar ir pode ser uma tarefa assustadora.
Mas abraçar o desconhecido
Representa a libertação do passado.
Sou um poeta, quem diria!
Querer muito não funciona. Agarre-se a algo ou a alguém e verá que o efeito produzido é completamente oposto à sua intenção. Quanto mais se agarra, menos guarda.
Preocupar-se em manter, atingir ou alcançar algo é como tentar acelerar uma partícula até à velocidade da luz. Quanto mais se acelera a partícula, mais pesada e lenta ela fica. É contraproducente, frustrante e não o leva a lado nenhum.
O paradoxo revela-se. A natureza humana implica chegar, vencer, conquistar, alcançar, almejar, querer e desejar, mas tudo isso chega para aqueles que se entregam e abdicam dos resultados desejados.
“O desapego não significa que não se deve possuir nada.
Mas nada vos deve pertencer”.”
Ali Ibn Abi Talib
Quando se apercebe da forma como os melhores desempenhos lidam com os seus desafios, pressões e objectivos, pode reparar que a capacidade natural de fazer com que coisas extremamente difíceis pareçam fáceis e simples. Não há obsessão, não há olhar perdido no horizonte, não há auto-consumo, não há batalha interior, não há luta e não há esforço. É como se já conhecessem o resultado positivo da sua tarefa. É a certeza de saber (pelo coração, intuição e auto-controlo) que o resultado só pode ser um.
Deixe-se consumir pelos seus desejos e tudo começa a ficar fora de controlo.
Vamos juntar-nos em torno deste pensamento, pessoal! O nosso foco num resultado desejado só pode ter origem no medo e na insegurança. Pelo contrário, o desapego baseia-se na fé inquestionável dos nossos seres.
Quando nos agarramos aos resultados, ficamos presos às necessidades mundanas, ao desespero e às impossibilidades. Quando nos deixamos ir, rendemo-nos ao desconhecido que abre espaço e liberdade para a criatividade.
Quando se procura segurança, obtém-se confiança. Isto acontece porque a sua necessidade de certeza está enraizada no passado e no conhecido. Isto bloqueia o seu processo de evolução e faz com que fique estagnado, girando em torno de velhas acções e ideias confortáveis. E se parares o teu processo evolutivo, ficas estagnado, decadente e bloqueias o teu fluxo de energia.
Insanidade é fazer a mesma coisa vezes sem conta
Esperar resultados diferentes.
A incerteza, portanto, é o solo fértil para a criatividade e a liberdade. Nada de novo pode surgir de conceitos antigos. A isso chama-se repetição. A terra de todas as possibilidades só pode ser o desconhecido. As ideias rígidas sobre a forma como os resultados se devem apresentar são bastante atrofiantes.
Sempre achei engraçado o conceito estabelecido pelos músicos de jazz sobre tocar o que estão a ouvir e cantar enquanto tocam. Perguntei-me como é que isso poderia ajudar a criar novas ideias? Se cantarmos o que já sabemos, estamos a limitar-nos às mesmas ideias. Em vez disso, vá lá fora, explore e não se importe com o resultado. Basta tocar, inventar-se, ouvir o que sai do seu instrumento e divertir-se!
Por isso, no final, há que começar a fazê-lo:
1 - Incorporar a incerteza na sua vida quotidiana.
2 - Estar aberto a mudar de direção em qualquer altura.
3 - Não forçar soluções ou resultados.
4 - Estar atento a novas oportunidades e ideias.
5 - Permitir que as coisas e as pessoas sejam o que são e quem são, sem forçar a forma como devem ser.
6 - Abraçar a espontaneidade.
O jogo começa AGORA. Qual será a tua próxima jogada?
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