A responsabilidade de um mestre não é encontrar talentos. Não se pode encontrar talentos. Por isso, a responsabilidade do discípulo é, em primeira mão, a de trabalhar os fundamentos. Só então ambos poderão ver onde é que isso os levou.
A capacidade de comunicar ideias e de as traduzir num desempenho perfeito de uma tarefa difícil é algo em que um Master Coach é muito notável.
A disciplina, o profissionalismo, a exatidão, a técnica, o timing, a inspiração pela informação, o trabalho preparatório, a pontualidade, a exatidão, a precisão, a estratégia, a concetualização, o poder de comunicação e a sabedoria são os moldes em que se forjam os Mestres.
Um Mestre é geralmente mal interpretado como um Líder. No entanto, ambas as categorias não se podem misturar num único conceito. Um líder é alguém com uma visão, alguém informado, competente e versado, um comandante eloquente. Um líder é um capitão ou um pregador, aquele que foi abençoado com o dom da palavra. A sua experiência pode inspirar-nos através da partilha dos seus conhecimentos de uma forma motivadora.
Pense em personalidades como Martin Luther King, Muhammad Ali, Dalai Lama, Phil Jackson, Carl Sagan, Steve Jobs, Fidel Castro, Ché Guevara, Alexandre O Grande, Winston Churchill, Júlio César, Napoleão, Abraham Lincoln, Nelson Mandela ou Mahatma Gandhi. Quase impõem um sentido de obediência aos outros pelo respeito e confiança.
“Nós, o povo”, seguimos os Líderes devido à autoridade das suas palavras e à confiança e objetivo das suas acções. Os líderes têm a capacidade de mobilizar grandes massas e de as influenciar. Conduziram as pessoas através de crenças e ideais para alcançar conquistas comuns e um bem maior. Os líderes lideram.
Agora pense em Yoda, no Sr. Myagi ou no professor ou treinador de basquetebol que teve em criança. Provavelmente, a imagem que tem é a de uma pessoa reservada e quase sempre calada, certo? Uma figura mais velha, que ensinou durante a maior parte da sua vida. Sente-se um olhar firme, profundo e sem pestanejar.
Mestres ouvem muito mais do que falam e evitam discursos inspiradores. Têm uma sensibilidade extraordinária em relação à pessoa que estão a ensinar, oferecendo pequenos ajustes, direcionados e altamente específicos. Cada mensagem é adaptada à personalidade de cada aluno e os seus conselhos respondem especificamente às necessidades de cada um.
O exame, o diagnóstico e a prescrição de um Master ocorrem em segundos e assemelham-se à receita de sucesso de um médico. “Toma este remédio e vais ficar bem.”
O Mestre mostra o caminho e o objetivo não apenas por palavras, gestos ou tom. Ele torna-se a ação necessária para o discípulo e comunica-a através de sinais direcionados, precisos, imperdíveis e exactos. Não há julgamentos nem manifestação de preferências pessoais em relação a um ou outro discípulo, muito menos em relação aos diferentes desempenhos apresentados. O ponto de partida para os dias de trabalho é o AQUI e o AGORA. Sempre.
Enquanto um líder tem a capacidade de chegar a uma multidão, um Mestre trabalha um único tema de cada vez, com o objetivo de incrementar o crescimento das competências do discípulo.
Ambas as figuras são desejáveis no nosso desenvolvimento como ser humano e como artista. Mas não seria ótimo ter os nossos próprios Mestres pessoais a guiar-nos através dos desafios da vida, levando-nos ao limite, revelando oportunidades e possibilidades não reconhecíveis à primeira vista?
Um Mestre conhece o mundo à sua volta da mesma forma que se conhece a si próprio. Por vezes, até lhe mostra que o conhece melhor do que a si próprio. Já alguma vez tiveste essa sensação ou experiência?
Para mais informações sobre o assunto, consultar “The Talent Code”, de Daniel Coyle
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